domingo, 31 de agosto de 2008
AC/DC divulga música inédita e já tem data para sair em turnê mundial
(Outros - Terra.com)
A legendária banda AC/DC divulgou, por meio de seu site oficial, que a canção Rock'n Roll Train é o primeiro single do álbum Black Ice. O novo disco quebra um silêncio de oito anos e nos Estados Unidos será vendido apenas pela rede varejista Wal Mart.
Naquele país Black Ice chegará às lojas no dia 20 de outubro, mas no Brasil ainda não há uma data definida. A banda se encontra em fase de preparação para sair em uma turnê mundial de 18 meses após o lançamento do álbum.
sexta-feira, 18 de julho de 2008
McCartney diz para canadenses que é hora de fumar cachimbo da paz
O ex-Beatles Paul McCartney fez uma proposta inusitada aos canadenses.
Poucos dias antes da apresentação que irá fazer na cidade de Quebec, o cantor convidou os canadenses francófonos e anglófonos a "fumarem o cachimbo da paz", se referindo às históricas brigas entre franceses e ingleses vividas na região.
"Acho que é hora de fumar o cachimbo da paz e deixar de lado as cantinelas. Esse é um espetáculo de amizade", disse McCartney, que vai se apresentar em um festival ao ar livre no próximo domingo, segundo a agência AFP.
Politicamente engajado, o músico ainda soltou comentários fazendo alusão à Segunda Guerra Mundial. "Sou muito amigo dos franceses que conheço. Conheço pessoas de todas as nacionalidades. Sou amigo de alemães. Segundo estes argumentos, jamais deveria ir à Alemanha", completou.
Para o evento que conta com Paul na programação, cerca de 200 mil pessoas são esperadas.
segunda-feira, 14 de julho de 2008
Análise: Crônicas do Cotidiano
Sonny Terry e Brownie Macghee, Bob Dylan e Mallu Magalhães. O que estes artistas têm em comum? Eles representam a música folk em diferentes épocas. Para caracterizar o início do estilo, lembre da canção "Atirei o Pau no Gato". Não entendeu nada? Bem, esta é uma canção folclórica. E é justamente dessa forma que nasce a música folk nos Estados Unidos. Ela vem das cantigas de roda, das músicas de trabalho, das crônicas do cotidiano e dos ecos da natureza. Pense em uma banda cujos instrumentos são: apito de pato, baixo de bacia, banjo, tábua de lavar roupa e gaita-de-boca! Assim era o primórdio do folk. Com o tempo, tudo isso se resumiu a um violeiro trovador, politizado e poeta – vide Bob Dylan. No final dos anos 60, o folk ganha força, se transforma na canção de protesto dos jovens. Em 70, recebe uma roupagem elétrica, com o uso da guitarra. Nos anos de chumbo, no Brasil, artistas como Zé Geraldo; Sá, Rodrix Guarabyra; e O Terço misturam música e comportamento em um caldeirão woodstockiano. Fogem da selva de pedra e da censura para viver em comunidades bucólicas, ou seja, uma casa no campo onde pudessem compor seus rocks rurais, plantar seus amigos, discos, livros e nada mais.
publicado em A Gazeta, Caderno 2. Segunda, 14 de julho.
sábado, 5 de julho de 2008
Work Song é a raiz do blues
(Rodrigo Rezende - Deadline7)
São as worksongs que mais se aproximam da lógica e, quem sabe, da lenda que envolve o surgimento do blues. Em 1965, um dos mais influentes bluesmen da história, Son House, especulava a origem desse estilo musical: “As pessoas insistem em me perguntar onde os blues começaram e tudo o que posso dizer é que, quando eu era garoto, a gente estava sempre cantando nos campos. Não chegava a ser canto, era mais gritaria, mas nós fazíamos nossas canções sobre as coisas que estavam acontecendo com a gente na época e acho que foi assim que o blues começou”.
Mesmo que haja quem argumente que o blues se origina das músicas religiosas, os spiritual ou o gospel, o fato é que ele, considerado como o estilo musical mais importante do século XX, é a união da musicalidade sensível dos ritmos do Oeste Africano com as formas musicais da Europa, inicialmente sintetizados nas worksongs e depois ampliados ao eruditismo, por exemplo, das obras do músico americano George Gershwin.
Confira o vídeo da canção “The Work Song”, de Nina Simone. Repare que no início do clipe aparecem imagens que caracterizam o ambiente de trabalho do negro, na época, das work songs!
segunda-feira, 2 de junho de 2008
Bo Diddley, a landa da guitarra quadrada, morre na Florida
Antes de trabalhar com música, Diddley foi carpinteiro e mecânico. Uma de suas marcas era a preferência por guitarras no formato quadrado. Ele descobriu seu talento fazendo rock na rua, e tinha no trabalho do guitarrista John Lee Hooker sua inspiração.
quarta-feira, 28 de maio de 2008
terça-feira, 27 de maio de 2008
Deadline Entrevista: "Urublues"
Nascida em meio à efervescência cultural do campus universitário de Goiabeiras, perto do mangue e fincada no conhecimento dado pela Ufes, a banda Urublues é a progenitora do movimento blues no Estado. Foi a primeira banda a usar o termo cunhado pelos negros do Mississippi em seu nome e o primeiro grupo capixaba a lançar um disco, em CD. As realizações da banda traduzem sua importância para a cena. Eles já dividiram palco com o Barão Vermelho, Lulu Santos e foram a única banda do Espírito Santo a tocar no Festival de Blues de Ouro Preto, em Minas Gerais.
O vocalista da Urublues Cauby Figueiredo fala casos sobre a banda, desde seu início, passagens marcantes por festivais e o que a banda espera fazer quando completar seus 20 anos, em 2008.
Em 1992, depois da gravação do disco, o Getulio e o Rodrigo saíram da banda e deram lugar para o Waninho, baterista, e o Dodó Lee Jones, nosso baixista. Estreamos essa formação no Rock'n'Lama, o festival de música que aconteceu na Rua da Lama, em Jardim da Penha.
Realmente foram vários músicos que tocaram bateria no Urublues. Depois do Waninho, assumiram o posto os bateristas Sérgio Melo, Gabriel Ruy, Luiger Lima e Odair Stocco. Atualmente tocamos com o Heitor Nogueira.
Em abril de 1995 fomos a única banda capixaba a tocar no Festival de Blues de Ouro Preto, em Minas Gerais. Esse evento é conhecido pela restrição a bandas de outros Estados. Os grupos brasileiros que se apresentam lá, normalmente, são mineiros e nós quebramos essa regra. Também tocamos na Bahia, na Praia de Cumuruxatiba, um verdadeiro paraíso.
Em 1996 abrimos o show do Barão Vermelho, na antiga boate Zoom, tocamos com Tribo de Jah e Celso Blues Boy. No Festival de Alegre tocamos também com o Lulu Santos e dessa vez aconteceu um dos momentos mais inusitados da carreira da Urublues.
No dia, como acontece de costume nos festivais, as bandas se atrasaram e o Lulu quis tocar antes de nós. Ficamos preocupados pois ele era a principal atração da noite e o fato de ele tocar antes poderia nos deixar sem público. Mas quando terminou o show, entrei no palco e chamei a atenção da platéia dizendo: Queria agradecer ao amigo Lulu Santos por abrir o show da Urublues. Obrigado, Lulu!
Fizemos um grande show, o Lulu Santo ficou revoltado, dizem que ele quis subir no palco para tirar satisfação comigo, mas não deixaram. Apesar da bela apresentação, nós nunca mais voltamos a tocar no Festival de Alegre.
O nosso segundo disco demorou três anos para sair. Os integrantes já tinham formado família, os tempos eram outros. Quando nós íamos perder o benefício da lei, a produtora Denise Martins conseguiu emplacar nosso projeto. E o disco foi lançado em 2003, na extinta boate Stravaganza.
Quero fazer o show Twenty Years After ao lado da banda Lordose pra Leão, que é parceira do Urublues desde os tempos de Ufes, realizar o sonho de tocar no Festival de Blues e Jazz de Rio das Ostras e gravar mais um CD.
Temos um desafio também. Nós sempre tivemos um trabalho autoral, mas agora queremos agregar a isso algumas músicas clássicas do blues. Sentimos a necessidade de tocar músicas de B. B. King, Stevie Ray Vaughn, Wilson Picket e muito outros.
MySpace Urublues
http://www.myspace.com/urubluesrock
domingo, 25 de maio de 2008
Deadline Recomenda: "Albert Collins"
Nascido em Leona, Texas, Collins formou sua primeira banda em 1952, e dois anos depois já era a atração principal em vários clubes de blues Houston, Texas. No final dos anos 50, ele escolheu a Fender Telecaster como seu equipamento, e desenvolveu um estilo único com afinações em tons menores, notas sustentadas e atacadas com os dedos da mão direita. Ele também freqüentemente usava um capotraste em sua guitarra, particularmente na 5a., 7a. e 9a. casa.
quarta-feira, 21 de maio de 2008
Rio das Ostras Jazz & Blues 2008
Festival reúne o melhor do jazz e do blues nacional e internacional. O balneário fluminense de Rio das Ostras sedia, entre 21 e 25 de maio, a sexta edição do Rio das Ostras Jazz & Blues. O evento, apontado pela revista especializada Down Beat como com o um dos melhores festivais do gênero no mundo, vai apresentar uma seleção de grandes intérpretes e instrumentistas. Os shows são gratuitos e acontecerão em três palcos - Praia da Tartaruga, Lagoa de Iriry e na Cidade do Jazz e do Blues, em Costazul.
O Rio das Ostras Jazz & Blues acontece desde 2003. Realizado pela Secretaria de Turismo, Indústria e Comércio da Prefeitura de Rio das Ostras, com produção de Stenio Mattos (Azul Produções), apresentou ao longo de suas cinco edições músicos como Stanley Jordan, Jane Monheit, John Scofield, Mike Stern, Richard Bona, James Carter, T.S. Monk, Robben Ford, Ravi Coltrane, Roy Rogers, Stefon Harris, Dom Salvador, Luciana Souza, Yamandú Costa, Romero Lubambo, Naná Vasconcellos, Sérgio Dias, Hamilton de Holanda, Celso Blues Boy, Léo Gandelman e Egberto Gismonti entre outros importantes artistas nacionais e internacionais.
Sua marca registrada é a mistura de estilos e tendências musicais, formando um painel do que há de mais importante no cenário do blues e do jazz no Brasil e no exterior. Em 2007, o festival reuniu na Cidade do Jazz e do Blues um público de aproximadamente 60 mil pessoas durante os cinco dias de evento. Para 2008, a expectativa é de 20 mil pessoas por dia.
segunda-feira, 19 de maio de 2008
Nasce o projeto Red Rooster
O Red Rooster é um quarteto formado por Rodrigo Rezende, o vovô (vocal e gaita); Rafael de Almeida, o boi (baixo); Rodolpho Santos (guitarra); e Rodrigo Pires, o china (bateria). A banda tem influências diversas, que passeiam por estilos como o blues, o hillbilly, o rockabilly e o jazz.
I have a little red rooster, too lazy to crow for day.
Keep everything in the barnyard, upset in every way.”
...
http://redroosterproject.blogspot.com/
domingo, 18 de maio de 2008
Deadline Recomenda: "Albert King"
Albert foi um influente guitarrista e cantor americano de blues. Um dos "Três Kings" da guitarra Blues (junto com B.B. King e Freddie King), ele possuía uma figura imponente de 1,93m de altura e 118 kg. Ele nasceu Albert Nelson em uma família humilde em Indianola, Mississipi, em uma plantação de algodão onde trabalhou na sua juventude. Uma de suas primeiras influências musicais foi o pai, Will Nelson, que tocava guitarra. Durante sua infância, ele também cantava gospel em uma igreja local. Albert começou sua carreira profissional em um grupo chamado In the Groove Boys, em Osceola, Arkansas.
Seu primeiro sucesso foi "I'm A Lonely Man", lançado em 1959. Entretanto, foi apenas em 1961 com o lançamento de "Don't Throw Your Love On Me So Strong" que seu nome tornou-se conhecido. Em 1966 King assinou contrato com a famosa gravadora Stax Records, e em 1967 lançou seu lendário álbum Born Under A Bad Sign. Em 1968 ele foi contratado por Bill Graham para abrir os shows de John Mayall e Jimi Hendrix no Fillmore West, em San Francisco. A platéia logo descobriu de onde vinha a pegada blues de Mayall e Hendrix.
Albert King era canhoto e tocava uma guitarra Gibson Flying V virada de forma que as cordas graves ficavam para baixo. King usava suas próprias afinações estranhas, sobre as quais ainda há controvérsia. Um guitarrista com estilo "menos é mais", King era conhecido por conseguir tirar de uma única nota mais sentimento do que a maioria dos guitarristas conseguia de 1000.
Albert King influenciou milhares de guitarristas, incluindo músicos famosos como Jimi Hendrix, Eric Clapton, Mike Bloomfield, Stevie Ray Vaughan e Gary Moore. O solo de Eric Clapton na música "Strange Brew" (Cream, 1968) é uma cópia nota-a-nota do solo de King na música "Pretty Woman".
Albert King morreu em 21 de Dezembro de 1992, vítima de um ataque cardíaco em Memphis, Tennessee.
quinta-feira, 15 de maio de 2008
Deadline Entrevista: Eugênio Goulart (Big Bat Blues Band)
Atualmente a Big Bat Blues Band tem uma formação voltada para a guitarra e possui em seu escrete: Eugênio Goulart, Marcelo Maia, Cláudio França, Sandro Costa e Bruno Zanetti. O vocalista Eugênio concedeu a entrevista para o Blog Deadline7.
A história do blues é rodeada por lendas que envolvem animais, como a do Black Cat Bone e a do Little Red Roostes, mas de onde surgiu o nome Big Bat Blues Band?
O Cláudio tinha um Chevette preto, o primeiro carro que ele comprou, que lembrava um grande morcego. O Big Bat também lembra uma figura noturna, e o blues acontece à noite. Houve um período da banda em que queríamos mudar o nome do grupo, mas Big Bat ficou no inconsciente do público.
Como você e o Cláudio se conheceram e resolveram fazer blues?
Foi em 1991. Trabalhávamos na agência Criativa Propaganda e depois do serviço o Cláudio estacionava o Chevette, o Big Bat, na frente da minha casa para tocarmos o velho blues. Nessa época, o carro era uma figura importante para nós. Uma personalidade. Tanto é que deu nome à banda, futuramente.
Cantar coisas de 1920, 1930 ou 1940 era nossa paixão. Ninguém ouvia isso no rádio, mas, na noite, quando tocávamos, as pessoas viam aquilo e voltavam na outra semana, mesmo sem saber quem era Howlin' Wolf ou Elmore James. Vimos que podia dar certo. Nós gostávamos do som e estávamos agradando, então resolvemos continuar. Tínhamos autenticidade. O Fabinho, do Mahnimal, sempre fala que a Big Bat é uma banda que tem um estilo e é fiel a ele. Cantamos coisas de fora, mas fazemos do nosso jeito.
Em 2003 vocês gravaram o disco TODODIAÉDIADEBLUES e lançaram no ano de 2005. O que a formação que gravou o disco representa para a banda?
A formação com Zé Roberto, Eliezer, Douglas, Cláudio, Cezão e eu representa a concretização de um sonho, que foi a gravação do CD. Durante esse processo destaco a surpreendente bateria de Zé Roberto, que é de se louvar porque, em apenas cinco meses para pegar as músicas, ele não errou e conseguiu fazer um verdadeiro milagre. O Douglas foi responsável pelo arranjo das músicas do disco e o trabalho ficou muito bom. Falar do Cezar é redundante, ele é demais.
E o que você destaca como resultado desse produto?
Ver os jovens cantarem músicas como Black Jens é sensacional. Isso é uma grande recompensa.
A formação que gravou o disco pode ser considerada pertencente de uma fase clássica da banda?
Não sei dizer se foi uma formação clássica, mas ela atuou em uma época em que fizemos coisas importantes. Ganhamos público, gravamos um disco, vivemos o blues.
A Big Bat Blues Band tem um público cativo e durante os anos o número de pessoas que acompanham a banda aumentou, fato que levou a Big Bat para vários lugares. Quais são os melhores momentos que você pode destacar nesses 15 anos?
Nossa apresentação na Feira da Comunidade, na Praça do Papa, em 1998, foi uma das melhores apresentações da Big Bat Blues Band. Outro show que lembro com alegria foi o que fizemos com o gaitista carioca Jefferson Gonçalvez, em 2007. Nessa oportunidade acredito que houve um amadurecimento da banda nos quesitos postura de palco e produção de show. Nós sempre tivemos uma ótima postura nos shows, mas acho que agora conseguimos o profissionalismo.
Não posso deixar de comentar também dois dos melhores momentos da Big Bat, que foi quando nós nos apresentamos no Festival de Blues e Jazz de Rio das Ostras, no Rio de Janeiro. Tocamos em 2005 e 2006 e, no último ano, fizemos uma apresentação depois da Prado Blues Band. O Festival tem uma característica importante. Ele nos conecta com diversos bluesmen brasileiros e norte-americanos. Os contatos são ampliados.
Completando os momentos inesquecíveis, em 2005 fizemos um show no Teatro Universitário, na Ufes, para o lançamento do site da banda, em seguida o lançamento do disco, no Ilha Acústico. No ano de 2006 fomos tocar em Brasília e fizemos outro show no teatro, o Tributo ao Chuck Berry.
A Big Bat Blues Band passou por momentos incríveis e muito disso se deve às amizades que a banda formou durante os anos. O que estamos colhendo agora é fruto desses amigos que fizemos por causa do blues.
Como você analisa a Big Bat nessa nova formação, iniciada em 2007?
A Big Bat hoje está diferente. Demos mais “voz” às guitarras e aproveitamos o tempo para tirar músicas, escutar muito blues tradicional e coisas atuais. Pretendemos sair mais do Estado para tocar. Acho que essa postura de buscar novos palcos é necessária para a banda.
quarta-feira, 14 de maio de 2008
Estão abertas as inscrições para o REC
Os cineastas universitários concorrem com suas obras às categorias de: Melhor vídeo, Melhor vídeo documentário, Melhor ficção, Melhor animação, Melhor vídeo clipe/vídeo arte e o Melhor vídeo do júri popular, Melhor vídeo publicitário e, a categoria estreante, Melhor Vídeo Arte ou Apitaço.
Os vídeos produzidos devem ter no máximo 20 minutos de duração. Para a categoria Melhor Vídeo publicitário, o tempo máximo é de 2 minutos. As inscrições podem ser feitas pelo site www.festivalrec.com.br ou na coordenação do curso de Comunicação Social da Faesa, no campus II, das 8h às 22h.
O 4º Festival REC acontece nos dias 27, 28 e 29 de agosto, no Cine Metrópolis e na Ufes, em Vitória. No ano passado, o Festival REC recebeu 160 vídeos enviados de 38 universidades brasileiras. A organização espera que mais de 250 vídeos sejam inscritos nesta quarta edição.
segunda-feira, 12 de maio de 2008
Hot Spot Blues Band lança o CD "Feeling Alright"
O disco, que sai pelo selo Blues Time Records, é uma comemoração à trajetória da banda e ao “Minas Blues Jam”, projeto criado por Gustavo. O CD vem com as participações especiais dos cariocas Big Joe Manfra (guitarra) e Jefferson Gonçalves (gaita), do paulista Robson Fernandes (gaita), e do mineiro Leandro Ferrari (gaita) entre outros.
Confira mais informações sobre a banda nos endereços abaixo.
www.myspace.com/hotspotbluesband
www.bluestimerecords.com
Chuck Berry confirma shows no Brasil
As datas de Rio e São Paulo podem ser invertidas, é o que afirma o HSBC Brasil (as datas estão trocadas no site oficial do músico). Um dos primeiros nomes a aparecer junto com o estouro do gênero nos anos 50, Chuck Berry lançou seu últimos disco de inéditas nos anos 80, mas constantemente entra em turnê.
Chuck Berry, autor de grandes clássicos do rock como "Roll over Beethoven", "Johnny B. Goode" e "Sweet little sixteen", já passou pelo Brasil em 1993, durante o extinto festival Free Jazz - que também teve Little Richard na programação.
domingo, 11 de maio de 2008
sexta-feira, 9 de maio de 2008
Johnny Rivers faz o rock na Ilha
Quando: Sábado, dia 10, às 22h
Onde: Ginásio do Álvares Cabral, Av. Beira-Mar, Bento Ferreira, Vitória
Ingressos: R$ 500 (mesa para 4 pessoas), R$ 90 (arquibancada/ inteira), R$ 45 (arquibancada/ meia) e R$ 60 (promocional, para assinantes de A GAZETA).
Pontos de venda: Óticas Londres (nas filiais da Rua Gama Rosa, Praça Costa Pereira e Av. Reta da Penha, em Vitória). Ingressos pelo Clube do Assinante devem ser adquiridos na sede da Rede Gazeta, na Ilha de Monte Belo.
Informações: (27) 3321-8699.
quarta-feira, 7 de maio de 2008
Ava Araújo dá entrevista a site de Jazz
“Sinto uma grande resistência das pessoas em diversificar mais a audição, abrir mais as perspectivas, até pra serem mais jazzistas também. E não é só aqui no Espírito Santo que sinto isso. Conheço músicos que não ouvem o trabalho de ninguém que não seja ícone do jazz e norte americano ou brasileiro muito famoso aqui no Brasil”, salienta a cantora que começo a carreira nos anos noventa.
Em 1993, Ava montou uma parceria com o guitarrista porto-alegrense Jacques Correa, que morava em Brasília. “O cara logo sacou que meu lance era sério. Eu não estava fazendo música por diversão. Então ele me abandonou, digamos assim. Aí eu fiquei atordoada. Queria começar minha carreira e tinha que ser com um músico qualificado, preparado, mas que aceitasse trabalhar com uma iniciante. Fui atrás de conhecer os professores da Escola de Música de Brasília e lá encontrei o violonista Paulo André Tavares, que considero um dos grandes músicos brasileiros”, conta Ava, em sua entrevista ao site do Clube do Jazz.
Veja Ava Araújo na Internet nos endereços abaixo:
www.myspace.com/araujoava
www.mpb.com/avaaraujo
www.musicexpress.com.br/avaaraujo
www.blogdaava.blogspot.com
terça-feira, 6 de maio de 2008
Podcast Yazoo Radio: pela rota lamacenta do blues...
Click here to get your own player.
domingo, 4 de maio de 2008
Deadline Blues: "Howlin' Wolf"
[...] Temido pelos músicos, adulado pela crítica, o Lobo nasceu com o nome de Chester Arthur Burnett (em homenagem ao Presidente Chester A. Arthur) no ano de de 1910, na cidadezinha de West Point, próxima de Aberden, Mississippi. Os pais trabalhavam na lavoura e Chester seria também fazendeiro e só se tornaria músico profissional no final dos anos 40. O seu encontro com a música se deu através do bluesman Charley Patton, companheiro de Robert Johnson, uma verdadeira fera que nunca recebeu o reconhecimento que merece. [...] p.114, 115 MUGGIATI, Roberto. Blues da Lama a fama.
sexta-feira, 2 de maio de 2008
Agenda da semana
quinta-feira, 1 de maio de 2008
Deadline Entrevista: "Fábio Mattos"
Fábio Mattos nasceu em Colatina, Espírito Santo, no dia 1º de fevereiro do ano de 1960. Ele veio de uma família de músicos pianistas e vivenciou o poder da música desde o berço. Escutou bossa nova, jazz, rock'n'roll e blues. Começou no violão aos 12 anos. Mais tarde estudou com grandes nomes da música capixaba. Aprendeu, também, guitarra e saxofone, e não se considera um bom instrumentista, mas sua voz vem do fundo da alma.
Na entrevista a seguir, concedida por telefone, o compositor e músico multifacetado Fábio Mattos fala sobre seus trabalhos e caracteriza sua forma de fazer blues.
Meu trabalho com o blues começou em 1998. Fiz um repertório para participar do Festival Universitario, o FUI, mas acabei não tocando. Com esse material na mão gravei, em 1999, o disco Já recebi seu recado, com incentivo da Lei Rubem Braga.
Em 1992 fiz o disco instrumental Atrás da retina. Em 1994, lancei
Desta vez contei com o patrocínio da Companhia Siderúrgica de Tubarão (CST), que, em troca de dois shows de final de ano, rendeu-me a produção do disco. Eles me cederam a verba para fazer o CD e eu, de contrapartida, tive que fazer dois shows para a empresa. Vou tocar para mais de 14.000 funcionários.
A minha banda para este disco tem a participação de Douglas Chagas, na guitarra; Cezar Távora, na gaita; J. B., na bateria; Presuntinho, no baixo; Alexandre Matos e Roger Bezerra, nos teclados.
Neste disco, além dessa grande banda, tenho como convidados o guitarrista Murilo Godói, a cantora Kátia Brinco, a banda Dallas Company e o vocalista Adolfo Oleari.
Faço música brasileira com influência de blues. Não toco o chamado blues tradicional, acho que só quem pode tocá-lo são as pessoas que viveram o período de dificuldades que os negros passaram. O que nós fazemos é uma verdadeira homenagem a esse estilo tão rico.
Quero gravar um disco em homenagem aos grandes bluesmen da história. Já conversei com o Douglas e ele certamente será o arranjador do álbum. O lance do blues tradicional deve rolar. É um movimento que devo realizar daqui a alguns anos.
segunda-feira, 28 de abril de 2008
Deadline Recomenda: "Johnny Cash"
sexta-feira, 25 de abril de 2008
domingo, 20 de abril de 2008
Encontro de "Bigs" no blues de Vitória
A Big Bat Blues Band traz para Vitória outro grande músico brasileiro de blues. Depois do gaitista Jefferson Gonçalves, apresenta-se, no Galpão Steak House, o guitarrista Big Joe Manfra, no dia 26 de abril. Paralelo ao show do carioca, acontece uma mostra de imagens dos grandes mestres do gênero.
Muddy Waters, John Lee Hooker e B. B. King são nomes fáceis de uma rodada de blues e estarão sempre presentes nas músicas e nas imagens da noite, mas a proposta vai além e também mostra um pouco do “lado B” dos heróis do Mississippi e Chicago.
A finalidade é fazer com que o público se envolva mais nos rudimentos do estilo e conheça um pouco mais de detalhes do ritmo que mudou o século XX. Os nomes, os lugares e até alguns fatos bem interessantes estarão ilustrando a noite que promete esquentar as cadeiras e secar os copos.
O Galpão Steak House está na avenida Saturnino Rangel Mauro 400 (Rua do Canal), em Jardim da Penha. O telefone para reserva é o 27 32278691
Veja também a Big Bat Blues Band em suas páginas na Internet:
www.bigbatbluesband.com.br
www.myspace.com/bigbatbluesband
sábado, 19 de abril de 2008
terça-feira, 15 de abril de 2008
Imagem Deadline: "Lixo espacial na órbita da Terra"
E para acompanhar essa imagem, nada melhor do que o vídeo da grande canção de Louis Armstrong, What a Wonderful World. É deleite puro, protejam suas cabeças!
segunda-feira, 14 de abril de 2008
Deadline Entrevista: Douglas Chagas
O guitarrista Douglas Chagas conta na entrevista abaixo que esperou por sete anos a volta do gaitista Cezar Távora para sua banda, o Buster Blues.
Meu primeiro contato foi pelo rádio, quando era mais novo ele era meu companheiro. Sempre escutava os programas de música. O blues foi uma paixão que conquistei pelas ondas do rádio.
A guitarra é a sina de sua vida e já faz parte de suas características. Você toca há quanto tempo e porque escolheu a guitarra?
Comecei no violão aos 12 anos, tocando sozinho, sem professor e muito menos vídeo-aulas. Meu pai apareceu com um e tentei ver o que poderia acontecer se eu mexesse nele. A guitarra me escolheu, eu sempre quis tocar baixo elétrico, mas ninguém deixava eu fazer isto.
A música é o que me leva para outro lugar dentro de mim mesmo. Não sei explicar bem, existe uma mágica e só quem toca sente isto.
Tento definir as prioridades na minha vida. Deus está em primeiro lugar sempre, depois as outras coisas vão se conciliando pela primazia da vida e do tempo.
O dia em que entendi que poderia me expressar solando a guitarra foi o marco de tudo. Neste momento cheguei em casa e comecei a tocar com infinitas possibilidades, mesmo sem saber para onde aquilo iria me levar. Esse dia foi muito especial e eu nem tinha guitarra. Aliás, eu nem sabia naquele momento que iria tocar guitarra. Era um garoto que queria alguma coisa e não sabia o que era. As coisas comigo nunca foram planejadas. Quando dei por mim já estava tocando.
Aprendi muitas coisa na Big Bat. Uma noite, acho que foi em 1992, estava ouvindo o programa de blues On the road: pelos caminhos empoeirados do blues, na Universitária FM, que o Cláudio França fazia. Lembro que eles estavam falando sobre o suposto pacto que o Robert Johnson havia feito com o demônio. Liguei para a rádio para conversar sobre isso e o Eugênio Goulart atendeu. Marcamos um encontro na casa dele. Daí sempre ia encontrar com eles para tocar blues. Eles sempre me chamaram para montar uma banda e eu sempre dizia não. Depois de três anos resolvi aceitar o convite para fazer uma noite no teatro da Ufes com a Big Bat Blues Band e Cláudia Collares. Depois desse dia não saí mais da banda e fiquei até 2002.
Foi de 1996 a 2002. Acho que todos os momentos foram muito bons, desde os ensaios, aos shows. Acho que o melhor de tudo foi conhecer varias pessoas diferentes, tocar e fazer amigos.
Já estava com essa idéia desde o final de 1999, mas sempre deixava passar. O CD que fizemos alguns anos depois foi muito demorado e cansativo de arranjar. Por vários motivos ele saiu do nosso controle. Ele deu muito trabalho pra a gente e foi o ápice para minha saída. Fiquei um pouco esgotado depois de terminar as gravações. Acho que a convivência desgasta as pessoas, veja as duplas de vôlei, por exemplo: eles também têm esse problema de desgaste, principalmente, por causa das cobranças. Não queria perder a amizade da banda, então preferi sair.
Foram ótimas idéias porque pude pegar experiência de gravação. O meu disco solo, Douglas Chagas 36 graus, deu-me, também, suporte para me aventurar no estúdio. Quando lembro de todas essas gravações vejo que me diverti muito.
O Fábio me deu a oportunidade de criar vários arranjos, aprender sobre outros tipos de blues, fazer gravações em estúdio e compor outras músicas. O Fábio Mattos Blues Band tem uma peculiaridade, a cozinha é metal. Com Fernando Presuntinho e JB preciso prestar bastante atenção pra gente soar blues-power. Estou com Fábio desde 1998.
O Sunrise foi a banda mais divertida em que eu já toquei na minha vida. Eu ria muito lá. Fizemos vários shows. Aprendi muito com eles também. Sou fã do Sunrise Blues Band e tenho orgulho de saber que o nome da banda veio de um show em que eu estava tocando.
Tinha uma tristeza grande de não poder tocar no meu município do coração, que é a Serra. Queria fazer um som diferente e o português veio como um diferencial mesmo. Conheci o Albert Hausser, que é de Jacaraípe, onde eu morei por cinco anos, antes de casar. Tínhamos a mesma idéia, então, em julho de 2002, montamos o DC3 Blues. Depois de tocar dois anos sem chegar a lugar algum resolvemos mudar a temática da banda e cantar em inglês, dai surgiu o Buster Blues.
No Buster Blues sempre teve entrada e saída de baixistas, o Eliezer Jr é o terceiro que toca com a gente. Ele ficou um ano parado depois que saiu da Big Bat. Chamamos e ele topou. Eliezer é meu amigo pessoal, a gente sempre se deu bem. Para mim ele é o showman do baixo. O Cezão é meu irmão mais velho, esperei por ele sete anos até ele tocar com o Buster. Para mim é o maior e melhor músico do mundo. Hoje nós somos Buster Blues & Cezar Távora.
Acho que tento ser eu mesmo. E para mim, é difícil fazer isso na guitarra!
Essa é fácil, todas. Desde a Igreja até minhas referências áudio-visuais.
Trabalhei numa empresa contratada da Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) como ajudante de mecânico. Fiquei quase um ano parado. Fiquei triste, desanimado e desarticulado. Foi muito difícil pra mim. Um dia o Cezão me ligou e disse que ia me resgatar. Hoje, se eu estou de volta à música, com vários projetos em andamento, devo a ele. Obrigado Cezão, mais uma sua!
*Foto de Fábio Vicentini
sábado, 12 de abril de 2008
Agenda do fim-de-semana
BUSTER BLUES & CÉZAR TÁVORA. Blues. Sábado, 12 de abril, 21h30, Café Touché, Av. Gil Veloso, 1856. Praia da Costa, Vila Velha.(Térreo do Hotel Mercury). Reserva e contato: 27 32290181
quarta-feira, 9 de abril de 2008
Bluesman da semana: Son House
Sua data de nascimento é controversa. Ainda que os registros legais indiquem 21 de Março de 1902, o próprio Son House deu informações contraditórias ao longo de sua carreira: que estaria na meia-idade durante a Primeira Guerra Mundial, que tinha 79 anos, em 1965, e que havia nascido em 1886.
House nasceu em Riverton, Mississippi. Ele tocou junto com Charley Patton, Willie Brown, Robert Johnson, "Fiddlin'" Joe Martin, e Leroy Williams.
Após matar um homem, alegadamente em auto-defesa, passou algum tempo preso na Fazenda Parchman, uma penitenciária de segurança máxima, no Mississippi.
terça-feira, 8 de abril de 2008
Hillbilly The Kid relança demo virtual
A banda Hillbilly The Kid (HBTK) teve sua demo, gravada em 2007, relançada e integrada ao selo paulistano de música independente Pisces Records. Agora o grupo de country-bluegrass do Espírito Santo tem suas músicas disponíveis na seção de lançamentos virtuais do site. O Pisces agrupa bandas de todo o Brasil, divulgando a cultura e os diversos estilos que circulam o meio “underground” do país.
segunda-feira, 7 de abril de 2008
Deadline Entrevista: Cezar Távora
É fácil identificar quando as notas musicais saem da gaita de Cezar Távora. Elas são “fritadas” à base de muita sensibilidade e técnica. Suas frases de harmônica são modernas, agressivas e cheias de referências, que vão desde o folk rural de Sonny Terry ao blues abrasileirado de Flávio Guimarães. Esse carioca, nascido em 1960, criado em Lins de Vasconcelos e Vila Isabel, tem paixão pela capital do Espírito Santo, o lugar que, segundo ele, o acolheu e o tornou conhecido no meio artístico.
A seguir, o gaitista Cezar Távora fala sobre seu início no blues, como foram os anos na Big Bat Blues Band e sua ida para o Buster Blues.
Você começou a tocar a gaita cromática, mas foi com a diatônica que se destacou no blues. Como encontrou a gaita diatônica?
Ainda no Rio de Janeiro, procurava em lojas a gaita que escutava em músicas que tocavam na Rádio Fluminense, conhecida como “A maldita”. Sem informações básicas sobre o instrumento, falava sobre a gaita que queria com as pessoas conhecidas, com vendedores e com os músicos, mas ninguém me entendia.
De tanto insistir na procura pelo som acabei encontrando a tal gaita e descobri o estilo característico dela. Era o blues! E foi assim, sem orientação e sem acesso aos sons que queria escutar, que descobri esse estilo musical arrebatador.
Como músico profissional, qual foi o seu primeiro contato com o blues?
Em 1992, já tocando a gaita diatônica, fui convidado para gravar as harmônicas do primeiro disco da banda Urublues. Neste disco de estréia do grupo, que levou o nome da banda e que também foi o primeiro CD lançado por uma banda capixaba, ainda participaram outros músicos como Kátia Brinco, Saulo Simonassi, Alexandre Lima, Mário B., Léo e Chico Júnior.
Como você conheceu os músicos da Big Bat e entrou para a banda?
Também em 1992, ano importante para minha entrada no mundo do blues, vi um anúncio chamando para o show da Big Bat Blues Band que ia acontecer no Loca's Bar,
Lembro que, no dia, uma chuva quase impediu a minha ida ao bar. Saí de casa, o tempo estava nublado e tinha começado a chover, então, chamei minha esposa e minha sogra para irmos a uma pizzaria. A sorte é que o tempo melhorou e a chuva cessou por volta da meia-noite. Fui para o bar do Loca, os caras começaram a tocar, dei uma “calibrada” na cerveja, conversei com o Eugênio, que foi receptivo comigo, e, só aí, foi que eu dei a canja. O público gostou e no show seguinte, já estava na banda.
Em 1993, chamei para completar o grupo os amigos do Tequila Blues, Mário B. e Carlos Garcia. Nesse período, fizemos shows na Ilha da Fumaça, mas o marco para a banda foram as apresentações no Metrópolis, na Ufes. Foi a partir daí que a Big Bat começou a ganhar nome e espaço na cena musical do Estado.
O que Big Bat Blues Band representa ou representou para sua vida?
Passei 15 anos na Big Bat, o mesmo tempo que tenho de casamento. No início, o Cláudio me incentivou bastante e me passou muito material sobre o blues. A minha preocupação sempre foi tocar bem, influenciar-me pelos gaitistas importantes, sem deixar de lado as minhas referencias de jazz e MPB para traz.
Tocar na Big Bat Blues Band foi parte da história da minha vida. Ao mesmo tempo em que ela me fez crescer como músico, foi um aprendizado na área do blues. Saber que evoluí como instrumentista e que ganhei credibilidade no meio musical são pontos fundamentais quando o assunto é a minha trajetória na banda.
Nesses 15 anos de banda, qual foi o momento mais marcante para sua carreira como músico?
Tocar com o Blues Etílicos, aqui no Espírito Santo, e as duas idas para o Festival de Blues e Jazz de Rio das Ostras, no Rio de Janeiro, foram grandes momentos da minha passagem pela Big Bat. Esses marcos fizeram com que eu visse que tenho condições de tocar com músicos profissionais de qualquer lugar e que não devia mais nada.
Quais são suas principais influências na gaita blues? E o seu estilo, como foi criado?
O primeiro gaitista de blues que escutei foi o Charlie Musselwhite. Esse realmente é uma figura ímpar no blues, tocou com grandes mestres como o Muddy Waters. Outro que tenho como referencia é o Flávio Guimarães. Escutar ele no Blues Etílicos me ajudou a desenvolver gaita à minha maneira.
Meu estilo é uma mistura, acho que o meu som na gaita é mais moderno. Não sou um gaitista propriamente de blues. Identifico-me com o contemporâneo. Adoro o blues tradicional, mas a música se transforma e fica muito difícil tocar o que os grandes gaitistas do passado fizeram. Hoje, o espírito para interpretar a música é outro, o estilo de vida e as dificuldades do dia-a-dia também são distintos e isso é refletido na maneira de tocar.
Influenciei-me por todos os velhos monstros da harmônica. Sonny Boy Williamson II, Sonny Terry, Junior Wheels, George “Harmonica” Smith, Billy Boy Arnold, Little Walter, William Clarke, Sugar Blue, Carey Bell, Billy Branch e vários outros gaitistas fizeram parte da minha formação musical. Quando comecei a conhecer esses mestres, tocava junto com o CD. Assim, acho que consegui pegar um pouco da técnica de cada um.
Quando você estava começando a estudar a gaita, qual era o seu método?
Sempre procurei fazer as frases da guitarra na gaita. Quando era jovem, logo depois de ganhar minha primeira gaita, aos 12 anos, escutava o Jimi Hendrix tocar no rádio e tentava acompanhá-lo, era uma missão impossível, mas divertida. Eu também queria imitar as frases do saxofone, não tinha referências de gaitistas na época. Só fui conhecer Maurício Einhorn aos 14 anos. Era difícil encontrar o material desses músicos nas lojas de discos.
Você formou uma série de gaitistas no Espírito Santo. O que é necessário para ser um harmonicista?
Tem que ter humildade, simplicidade, disciplina e dedicação. Você tem que gostar do que faz e o instrumento tem que fazer parte da sua vida. Saber escutar os outros é importante. Muito do que sei sobre música foi pelo fato de conhecer e conviver com músicos. Isso é uma receita não só para os gaitistas, mas para os músicos em geral.
Estudei, tirei a carteira de músico aos 15 anos de idade, no Rio de Janeiro. Minha esposa também me ensinou bastante a teoria. Isso é um pouco viciante, cada vez que você aprende, mais quer aprender. Mas, não basta estudar. A noite é a verdadeira escola para o músico.
O que a música representa para você?
Hoje, o primeiro plano da minha vida é a minha filha, em seguida, minha esposa e, em terceiro, a música. Tiro o meu coração por minha filha. A música é o ar que respiro. Ela me acalenta não só tocando, mas ouvindo também. De maneira geral ela é a minha válvula de escape. Ao mesmo tempo em que a música alivia os anseios da vida, ela é ingrata. Tenho um emprego de funcionário público que tolero para me manter. É muito difícil viver só de música.
Hoje você está tocando com o Buster Blues. Como é o recomeço?
Com o Buster quero ir fundo ao blues. A intenção da banda é muito séria, queremos levar o blues para todos os lugares, sem distinção de classes sociais ou bairros, cor ou credo. Vamos distribuir nosso material fonográfico e videofonográfico pela Internet e fazer blues, com o pé no chão. Não tenho ilusões quanto ao blues, mas meus objetivos são claros. Dentro da medida do possível vamos tocar bastante, sair do Estado algumas vezes e ganhar estrada.
Como você analisa a cena blues do Estado?
A cena se estabilizou. Quando o blues apareceu no Estado, surgiram várias bandas, mas, agora, parece que está tudo parado. Com muito esforço, as casas de show acolheram bem o blues. Acho que a população está começando a conhecer o estilo. Isso é bom para a continuidade das bandas.
*foto gentilmente cedida por Fábio Vicentini.