quinta-feira, 1 de maio de 2008

Deadline Entrevista: "Fábio Mattos"

Fábio Mattos nasceu em Colatina, Espírito Santo, no dia 1º de fevereiro do ano de 1960. Ele veio de uma família de músicos pianistas e vivenciou o poder da música desde o berço. Escutou bossa nova, jazz, rock'n'roll e blues. Começou no violão aos 12 anos. Mais tarde estudou com grandes nomes da música capixaba. Aprendeu, também, guitarra e saxofone, e não se considera um bom instrumentista, mas sua voz vem do fundo da alma.

Na entrevista a seguir, concedida por telefone, o compositor e músico multifacetado Fábio Mattos fala sobre seus trabalhos e caracteriza sua forma de fazer blues.


Depois do acidente a música o fez enxergar por trás da retina e em seguida o blues chegou até até você. Como veio a idéia de montar a sua Blues Band?

Meu trabalho com o blues começou em 1998. Fiz um repertório para participar do Festival
Universitario, o FUI, mas acabei não tocando. Com esse material na mão gravei, em 1999, o disco Já recebi seu recado, com incentivo da Lei Rubem Braga.

Hoje você é um artista do blues capixaba, mas, antes de montar uma blues band, você produziu alguns discos. Quais foram os seus projetos na música?

Em 1992 fiz o disco instrumental
Atrás da retina. Em 1994, lancei em fita K7 o trabalho Noite, da banda Ato Fálico (Nessa época, também fazíamos cover de Barão Vermelho). Em seguida fiz, em 99, o Já recebi seu recado e, em 2003, gravei o Sentado na Estação. Em 2007, fiz, também, o disco Fábio Mattos & Convidados.

Montar uma banda é uma tarefa difícil e convidar grandes músicos para um trabalho é mais complicado. Como foi a realização do disco Fábio Mattos & Convidados?

Desta vez contei com o patrocínio da Companhia Siderúrgica de Tubarão (CST), que, em troca de dois shows de final de ano, rendeu-me a produção do disco. Eles me cederam a verba para fazer o CD e eu, de contrapartida, tive que fazer dois shows para a empresa. Vou tocar para mais de 14.000 funcionários.


A minha banda para este disco tem a participação de Douglas Chagas, na guitarra; Cezar Távora, na gaita; J. B., na bateria; Presuntinho, no baixo; Alexandre Matos e Roger Bezerra, nos teclados.


Neste disco, além dessa grande banda, tenho como convidados o guitarrista Murilo Godói, a cantora Kátia Brinco, a banda Dallas Company e o vocalista Adolfo Oleari.


Você faz blues com letras em português. Como você classifica o seu trabalho musical?

Faço música brasileira com influência de blues. Não toco o chamado blues tradicional, acho que só quem pode tocá-lo são as pessoas que viveram o período de dificuldades que os negros passaram. O que nós fazemos é uma verdadeira homenagem a esse estilo tão rico.


Mas você pretende gravar algum disco com músicas em inglês?

Quero gravar um disco em homenagem aos grandes bluesmen da história. Já conversei com o Douglas e ele certamente será o arranjador do álbum. O lance do blues tradicional deve rolar. É um movimento que devo realizar daqui a alguns anos.


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