segunda-feira, 28 de abril de 2008
Deadline Recomenda: "Johnny Cash"
sexta-feira, 25 de abril de 2008
domingo, 20 de abril de 2008
Encontro de "Bigs" no blues de Vitória
A Big Bat Blues Band traz para Vitória outro grande músico brasileiro de blues. Depois do gaitista Jefferson Gonçalves, apresenta-se, no Galpão Steak House, o guitarrista Big Joe Manfra, no dia 26 de abril. Paralelo ao show do carioca, acontece uma mostra de imagens dos grandes mestres do gênero.
Muddy Waters, John Lee Hooker e B. B. King são nomes fáceis de uma rodada de blues e estarão sempre presentes nas músicas e nas imagens da noite, mas a proposta vai além e também mostra um pouco do “lado B” dos heróis do Mississippi e Chicago.
A finalidade é fazer com que o público se envolva mais nos rudimentos do estilo e conheça um pouco mais de detalhes do ritmo que mudou o século XX. Os nomes, os lugares e até alguns fatos bem interessantes estarão ilustrando a noite que promete esquentar as cadeiras e secar os copos.
O Galpão Steak House está na avenida Saturnino Rangel Mauro 400 (Rua do Canal), em Jardim da Penha. O telefone para reserva é o 27 32278691
Veja também a Big Bat Blues Band em suas páginas na Internet:
www.bigbatbluesband.com.br
www.myspace.com/bigbatbluesband
sábado, 19 de abril de 2008
terça-feira, 15 de abril de 2008
Imagem Deadline: "Lixo espacial na órbita da Terra"
E para acompanhar essa imagem, nada melhor do que o vídeo da grande canção de Louis Armstrong, What a Wonderful World. É deleite puro, protejam suas cabeças!
segunda-feira, 14 de abril de 2008
Deadline Entrevista: Douglas Chagas
O guitarrista Douglas Chagas conta na entrevista abaixo que esperou por sete anos a volta do gaitista Cezar Távora para sua banda, o Buster Blues.
Meu primeiro contato foi pelo rádio, quando era mais novo ele era meu companheiro. Sempre escutava os programas de música. O blues foi uma paixão que conquistei pelas ondas do rádio.
A guitarra é a sina de sua vida e já faz parte de suas características. Você toca há quanto tempo e porque escolheu a guitarra?
Comecei no violão aos 12 anos, tocando sozinho, sem professor e muito menos vídeo-aulas. Meu pai apareceu com um e tentei ver o que poderia acontecer se eu mexesse nele. A guitarra me escolheu, eu sempre quis tocar baixo elétrico, mas ninguém deixava eu fazer isto.
A música é o que me leva para outro lugar dentro de mim mesmo. Não sei explicar bem, existe uma mágica e só quem toca sente isto.
Tento definir as prioridades na minha vida. Deus está em primeiro lugar sempre, depois as outras coisas vão se conciliando pela primazia da vida e do tempo.
O dia em que entendi que poderia me expressar solando a guitarra foi o marco de tudo. Neste momento cheguei em casa e comecei a tocar com infinitas possibilidades, mesmo sem saber para onde aquilo iria me levar. Esse dia foi muito especial e eu nem tinha guitarra. Aliás, eu nem sabia naquele momento que iria tocar guitarra. Era um garoto que queria alguma coisa e não sabia o que era. As coisas comigo nunca foram planejadas. Quando dei por mim já estava tocando.
Aprendi muitas coisa na Big Bat. Uma noite, acho que foi em 1992, estava ouvindo o programa de blues On the road: pelos caminhos empoeirados do blues, na Universitária FM, que o Cláudio França fazia. Lembro que eles estavam falando sobre o suposto pacto que o Robert Johnson havia feito com o demônio. Liguei para a rádio para conversar sobre isso e o Eugênio Goulart atendeu. Marcamos um encontro na casa dele. Daí sempre ia encontrar com eles para tocar blues. Eles sempre me chamaram para montar uma banda e eu sempre dizia não. Depois de três anos resolvi aceitar o convite para fazer uma noite no teatro da Ufes com a Big Bat Blues Band e Cláudia Collares. Depois desse dia não saí mais da banda e fiquei até 2002.
Foi de 1996 a 2002. Acho que todos os momentos foram muito bons, desde os ensaios, aos shows. Acho que o melhor de tudo foi conhecer varias pessoas diferentes, tocar e fazer amigos.
Já estava com essa idéia desde o final de 1999, mas sempre deixava passar. O CD que fizemos alguns anos depois foi muito demorado e cansativo de arranjar. Por vários motivos ele saiu do nosso controle. Ele deu muito trabalho pra a gente e foi o ápice para minha saída. Fiquei um pouco esgotado depois de terminar as gravações. Acho que a convivência desgasta as pessoas, veja as duplas de vôlei, por exemplo: eles também têm esse problema de desgaste, principalmente, por causa das cobranças. Não queria perder a amizade da banda, então preferi sair.
Foram ótimas idéias porque pude pegar experiência de gravação. O meu disco solo, Douglas Chagas 36 graus, deu-me, também, suporte para me aventurar no estúdio. Quando lembro de todas essas gravações vejo que me diverti muito.
O Fábio me deu a oportunidade de criar vários arranjos, aprender sobre outros tipos de blues, fazer gravações em estúdio e compor outras músicas. O Fábio Mattos Blues Band tem uma peculiaridade, a cozinha é metal. Com Fernando Presuntinho e JB preciso prestar bastante atenção pra gente soar blues-power. Estou com Fábio desde 1998.
O Sunrise foi a banda mais divertida em que eu já toquei na minha vida. Eu ria muito lá. Fizemos vários shows. Aprendi muito com eles também. Sou fã do Sunrise Blues Band e tenho orgulho de saber que o nome da banda veio de um show em que eu estava tocando.
Tinha uma tristeza grande de não poder tocar no meu município do coração, que é a Serra. Queria fazer um som diferente e o português veio como um diferencial mesmo. Conheci o Albert Hausser, que é de Jacaraípe, onde eu morei por cinco anos, antes de casar. Tínhamos a mesma idéia, então, em julho de 2002, montamos o DC3 Blues. Depois de tocar dois anos sem chegar a lugar algum resolvemos mudar a temática da banda e cantar em inglês, dai surgiu o Buster Blues.
No Buster Blues sempre teve entrada e saída de baixistas, o Eliezer Jr é o terceiro que toca com a gente. Ele ficou um ano parado depois que saiu da Big Bat. Chamamos e ele topou. Eliezer é meu amigo pessoal, a gente sempre se deu bem. Para mim ele é o showman do baixo. O Cezão é meu irmão mais velho, esperei por ele sete anos até ele tocar com o Buster. Para mim é o maior e melhor músico do mundo. Hoje nós somos Buster Blues & Cezar Távora.
Acho que tento ser eu mesmo. E para mim, é difícil fazer isso na guitarra!
Essa é fácil, todas. Desde a Igreja até minhas referências áudio-visuais.
Trabalhei numa empresa contratada da Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) como ajudante de mecânico. Fiquei quase um ano parado. Fiquei triste, desanimado e desarticulado. Foi muito difícil pra mim. Um dia o Cezão me ligou e disse que ia me resgatar. Hoje, se eu estou de volta à música, com vários projetos em andamento, devo a ele. Obrigado Cezão, mais uma sua!
*Foto de Fábio Vicentini
sábado, 12 de abril de 2008
Agenda do fim-de-semana
BUSTER BLUES & CÉZAR TÁVORA. Blues. Sábado, 12 de abril, 21h30, Café Touché, Av. Gil Veloso, 1856. Praia da Costa, Vila Velha.(Térreo do Hotel Mercury). Reserva e contato: 27 32290181
quarta-feira, 9 de abril de 2008
Bluesman da semana: Son House
Sua data de nascimento é controversa. Ainda que os registros legais indiquem 21 de Março de 1902, o próprio Son House deu informações contraditórias ao longo de sua carreira: que estaria na meia-idade durante a Primeira Guerra Mundial, que tinha 79 anos, em 1965, e que havia nascido em 1886.
House nasceu em Riverton, Mississippi. Ele tocou junto com Charley Patton, Willie Brown, Robert Johnson, "Fiddlin'" Joe Martin, e Leroy Williams.
Após matar um homem, alegadamente em auto-defesa, passou algum tempo preso na Fazenda Parchman, uma penitenciária de segurança máxima, no Mississippi.
terça-feira, 8 de abril de 2008
Hillbilly The Kid relança demo virtual
A banda Hillbilly The Kid (HBTK) teve sua demo, gravada em 2007, relançada e integrada ao selo paulistano de música independente Pisces Records. Agora o grupo de country-bluegrass do Espírito Santo tem suas músicas disponíveis na seção de lançamentos virtuais do site. O Pisces agrupa bandas de todo o Brasil, divulgando a cultura e os diversos estilos que circulam o meio “underground” do país.
segunda-feira, 7 de abril de 2008
Deadline Entrevista: Cezar Távora
É fácil identificar quando as notas musicais saem da gaita de Cezar Távora. Elas são “fritadas” à base de muita sensibilidade e técnica. Suas frases de harmônica são modernas, agressivas e cheias de referências, que vão desde o folk rural de Sonny Terry ao blues abrasileirado de Flávio Guimarães. Esse carioca, nascido em 1960, criado em Lins de Vasconcelos e Vila Isabel, tem paixão pela capital do Espírito Santo, o lugar que, segundo ele, o acolheu e o tornou conhecido no meio artístico.
A seguir, o gaitista Cezar Távora fala sobre seu início no blues, como foram os anos na Big Bat Blues Band e sua ida para o Buster Blues.
Você começou a tocar a gaita cromática, mas foi com a diatônica que se destacou no blues. Como encontrou a gaita diatônica?
Ainda no Rio de Janeiro, procurava em lojas a gaita que escutava em músicas que tocavam na Rádio Fluminense, conhecida como “A maldita”. Sem informações básicas sobre o instrumento, falava sobre a gaita que queria com as pessoas conhecidas, com vendedores e com os músicos, mas ninguém me entendia.
De tanto insistir na procura pelo som acabei encontrando a tal gaita e descobri o estilo característico dela. Era o blues! E foi assim, sem orientação e sem acesso aos sons que queria escutar, que descobri esse estilo musical arrebatador.
Como músico profissional, qual foi o seu primeiro contato com o blues?
Em 1992, já tocando a gaita diatônica, fui convidado para gravar as harmônicas do primeiro disco da banda Urublues. Neste disco de estréia do grupo, que levou o nome da banda e que também foi o primeiro CD lançado por uma banda capixaba, ainda participaram outros músicos como Kátia Brinco, Saulo Simonassi, Alexandre Lima, Mário B., Léo e Chico Júnior.
Como você conheceu os músicos da Big Bat e entrou para a banda?
Também em 1992, ano importante para minha entrada no mundo do blues, vi um anúncio chamando para o show da Big Bat Blues Band que ia acontecer no Loca's Bar,
Lembro que, no dia, uma chuva quase impediu a minha ida ao bar. Saí de casa, o tempo estava nublado e tinha começado a chover, então, chamei minha esposa e minha sogra para irmos a uma pizzaria. A sorte é que o tempo melhorou e a chuva cessou por volta da meia-noite. Fui para o bar do Loca, os caras começaram a tocar, dei uma “calibrada” na cerveja, conversei com o Eugênio, que foi receptivo comigo, e, só aí, foi que eu dei a canja. O público gostou e no show seguinte, já estava na banda.
Em 1993, chamei para completar o grupo os amigos do Tequila Blues, Mário B. e Carlos Garcia. Nesse período, fizemos shows na Ilha da Fumaça, mas o marco para a banda foram as apresentações no Metrópolis, na Ufes. Foi a partir daí que a Big Bat começou a ganhar nome e espaço na cena musical do Estado.
O que Big Bat Blues Band representa ou representou para sua vida?
Passei 15 anos na Big Bat, o mesmo tempo que tenho de casamento. No início, o Cláudio me incentivou bastante e me passou muito material sobre o blues. A minha preocupação sempre foi tocar bem, influenciar-me pelos gaitistas importantes, sem deixar de lado as minhas referencias de jazz e MPB para traz.
Tocar na Big Bat Blues Band foi parte da história da minha vida. Ao mesmo tempo em que ela me fez crescer como músico, foi um aprendizado na área do blues. Saber que evoluí como instrumentista e que ganhei credibilidade no meio musical são pontos fundamentais quando o assunto é a minha trajetória na banda.
Nesses 15 anos de banda, qual foi o momento mais marcante para sua carreira como músico?
Tocar com o Blues Etílicos, aqui no Espírito Santo, e as duas idas para o Festival de Blues e Jazz de Rio das Ostras, no Rio de Janeiro, foram grandes momentos da minha passagem pela Big Bat. Esses marcos fizeram com que eu visse que tenho condições de tocar com músicos profissionais de qualquer lugar e que não devia mais nada.
Quais são suas principais influências na gaita blues? E o seu estilo, como foi criado?
O primeiro gaitista de blues que escutei foi o Charlie Musselwhite. Esse realmente é uma figura ímpar no blues, tocou com grandes mestres como o Muddy Waters. Outro que tenho como referencia é o Flávio Guimarães. Escutar ele no Blues Etílicos me ajudou a desenvolver gaita à minha maneira.
Meu estilo é uma mistura, acho que o meu som na gaita é mais moderno. Não sou um gaitista propriamente de blues. Identifico-me com o contemporâneo. Adoro o blues tradicional, mas a música se transforma e fica muito difícil tocar o que os grandes gaitistas do passado fizeram. Hoje, o espírito para interpretar a música é outro, o estilo de vida e as dificuldades do dia-a-dia também são distintos e isso é refletido na maneira de tocar.
Influenciei-me por todos os velhos monstros da harmônica. Sonny Boy Williamson II, Sonny Terry, Junior Wheels, George “Harmonica” Smith, Billy Boy Arnold, Little Walter, William Clarke, Sugar Blue, Carey Bell, Billy Branch e vários outros gaitistas fizeram parte da minha formação musical. Quando comecei a conhecer esses mestres, tocava junto com o CD. Assim, acho que consegui pegar um pouco da técnica de cada um.
Quando você estava começando a estudar a gaita, qual era o seu método?
Sempre procurei fazer as frases da guitarra na gaita. Quando era jovem, logo depois de ganhar minha primeira gaita, aos 12 anos, escutava o Jimi Hendrix tocar no rádio e tentava acompanhá-lo, era uma missão impossível, mas divertida. Eu também queria imitar as frases do saxofone, não tinha referências de gaitistas na época. Só fui conhecer Maurício Einhorn aos 14 anos. Era difícil encontrar o material desses músicos nas lojas de discos.
Você formou uma série de gaitistas no Espírito Santo. O que é necessário para ser um harmonicista?
Tem que ter humildade, simplicidade, disciplina e dedicação. Você tem que gostar do que faz e o instrumento tem que fazer parte da sua vida. Saber escutar os outros é importante. Muito do que sei sobre música foi pelo fato de conhecer e conviver com músicos. Isso é uma receita não só para os gaitistas, mas para os músicos em geral.
Estudei, tirei a carteira de músico aos 15 anos de idade, no Rio de Janeiro. Minha esposa também me ensinou bastante a teoria. Isso é um pouco viciante, cada vez que você aprende, mais quer aprender. Mas, não basta estudar. A noite é a verdadeira escola para o músico.
O que a música representa para você?
Hoje, o primeiro plano da minha vida é a minha filha, em seguida, minha esposa e, em terceiro, a música. Tiro o meu coração por minha filha. A música é o ar que respiro. Ela me acalenta não só tocando, mas ouvindo também. De maneira geral ela é a minha válvula de escape. Ao mesmo tempo em que a música alivia os anseios da vida, ela é ingrata. Tenho um emprego de funcionário público que tolero para me manter. É muito difícil viver só de música.
Hoje você está tocando com o Buster Blues. Como é o recomeço?
Com o Buster quero ir fundo ao blues. A intenção da banda é muito séria, queremos levar o blues para todos os lugares, sem distinção de classes sociais ou bairros, cor ou credo. Vamos distribuir nosso material fonográfico e videofonográfico pela Internet e fazer blues, com o pé no chão. Não tenho ilusões quanto ao blues, mas meus objetivos são claros. Dentro da medida do possível vamos tocar bastante, sair do Estado algumas vezes e ganhar estrada.
Como você analisa a cena blues do Estado?
A cena se estabilizou. Quando o blues apareceu no Estado, surgiram várias bandas, mas, agora, parece que está tudo parado. Com muito esforço, as casas de show acolheram bem o blues. Acho que a população está começando a conhecer o estilo. Isso é bom para a continuidade das bandas.
*foto gentilmente cedida por Fábio Vicentini.
domingo, 6 de abril de 2008
quarta-feira, 2 de abril de 2008
Blues em espírito
O escritor Paul Oliver, especialista na pesquisa do blues, descreve muito bem a função do blues na vida das pessoas. Confira!