sexta-feira, 18 de julho de 2008

McCartney diz para canadenses que é hora de fumar cachimbo da paz


(Outros - Terra.com)

O ex-Beatles Paul McCartney fez uma proposta inusitada aos canadenses.

Poucos dias antes da apresentação que irá fazer na cidade de Quebec, o cantor convidou os canadenses francófonos e anglófonos a "fumarem o cachimbo da paz", se referindo às históricas brigas entre franceses e ingleses vividas na região.

"Acho que é hora de fumar o cachimbo da paz e deixar de lado as cantinelas. Esse é um espetáculo de amizade", disse McCartney, que vai se apresentar em um festival ao ar livre no próximo domingo, segundo a agência AFP.

Politicamente engajado, o músico ainda soltou comentários fazendo alusão à Segunda Guerra Mundial. "Sou muito amigo dos franceses que conheço. Conheço pessoas de todas as nacionalidades. Sou amigo de alemães. Segundo estes argumentos, jamais deveria ir à Alemanha", completou.

Para o evento que conta com Paul na programação, cerca de 200 mil pessoas são esperadas.


segunda-feira, 14 de julho de 2008

Análise: Crônicas do Cotidiano

(Rodrigo Rezende - Deadline7)

Sonny Terry e Brownie Macghee, Bob Dylan e Mallu Magalhães. O que estes artistas têm em comum? Eles representam a música folk em diferentes épocas. Para caracterizar o início do estilo, lembre da canção "Atirei o Pau no Gato". Não entendeu nada? Bem, esta é uma canção folclórica. E é justamente dessa forma que nasce a música folk nos Estados Unidos. Ela vem das cantigas de roda, das músicas de trabalho, das crônicas do cotidiano e dos ecos da natureza. Pense em uma banda cujos instrumentos são: apito de pato, baixo de bacia, banjo, tábua de lavar roupa e gaita-de-boca! Assim era o primórdio do folk. Com o tempo, tudo isso se resumiu a um violeiro trovador, politizado e poeta – vide Bob Dylan. No final dos anos 60, o folk ganha força, se transforma na canção de protesto dos jovens. Em 70, recebe uma roupagem elétrica, com o uso da guitarra. Nos anos de chumbo, no Brasil, artistas como Zé Geraldo; Sá, Rodrix Guarabyra; e O Terço misturam música e comportamento em um caldeirão woodstockiano. Fogem da selva de pedra e da censura para viver em comunidades bucólicas, ou seja, uma casa no campo onde pudessem compor seus rocks rurais, plantar seus amigos, discos, livros e nada mais.

publicado em A Gazeta, Caderno 2. Segunda, 14 de julho.

sábado, 5 de julho de 2008

Work Song é a raiz do blues


(Rodrigo Rezende - Deadline7)

São as worksongs que mais se aproximam da lógica e, quem sabe, da lenda que envolve o surgimento do blues. Em 1965, um dos mais influentes bluesmen da história, Son House, especulava a origem desse estilo musical: “As pessoas insistem em me perguntar onde os blues começaram e tudo o que posso dizer é que, quando eu era garoto, a gente estava sempre cantando nos campos. Não chegava a ser canto, era mais gritaria, mas nós fazíamos nossas canções sobre as coisas que estavam acontecendo com a gente na época e acho que foi assim que o blues começou”.


Mesmo que haja quem argumente que o blues se origina das músicas religiosas, os spiritual ou o gospel, o fato é que ele, considerado como o estilo musical mais importante do século XX, é a união da musicalidade sensível dos ritmos do Oeste Africano com as formas musicais da Europa, inicialmente sintetizados nas worksongs e depois ampliados ao eruditismo, por exemplo, das obras do músico americano George Gershwin.

Confira o vídeo da canção “The Work Song”, de Nina Simone. Repare que no início do clipe aparecem imagens que caracterizam o ambiente de trabalho do negro, na época, das work songs!